terça-feira, 24 de agosto de 2010

Mobília de Manicómio

Para onde foste tu?
Para onde não me levas-te?
Como numa noite de sol escaldante eu olhei para o teu reflexo e desejei que entrasses por sua vez onde eu estava, coisa que não aconteceu.
Palavras sábias passam por mim enquanto eu estou na aventura de te encontrar mas o meu olhar de espectador cansa-se e pergunta-me, como se eu soubesse, quando iras voltar....
E quem diria que segundos antes me eras estranhamente indiferente, quem diria que naquele tempo que nem existe para maioria de simples mortais eu, imortal que sou, morreria... quem diria?
Ultrapassei voltagens com o choque que me deste,em bradicardia me decompus, traz-me de volta aqui porque eu perdi as coordenadas que fazem de mim estrada para ti.
Perdida estava também nos olhos de alguém errado, ouvindo coisas que a mim passam-me ao lado fingindo que não sabia que olhavas para além deste estranho muro de alecrim.
E como mobília de manicómio que sou acostumei-me aos loucos mas não aos malucos...por isso me encaro todos os dias e penso que tudo isto é ordinariamente normal.
E foi assim que me abandonaste, sem folgo e sem palavras, por isso é que este texto é assim tão curto....